quarta-feira, 6 de maio de 2009

cafetaria “ O Bosque “ . castêlo da maia

 

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma, O orvalho numa flor, nos céus a estrela, No largo mar a sombra de uma vela, Que lá na extrema do horizonte assoma; Como se ama o clarão da branca lua, Da noite na mudez os sons da flauta, As canções saudosíssimas do nauta, Quando em mole vaivém a nau flutua; Como se ama das aves o gemido, Da noite as sombras e do dia as cores, Um céu com luzes, um jardim com flores, Um canto quase em lágrimas sumido; Como se ama o crepúsculo da aurora, A mansa viração que o bosque ondeia, O sussurro da fonte que serpeia, Uma imagem risonha e sedutora; Assim eu te amo, assim; mais do que podem Dizer-te os lábios meus, -- mais do que vale Cantar a voz do trovador cansada: O que é belo, o que é justo, santo e grande Amo em ti.-- Por tudo quanto eu sofro, Por quanto já sofri, por quanto ainda Me resta sofrer, por tudo que te amo. O que espero, cobiço, almejo, ou temo De ti, só de ti pende: oh! nunca saberás Com quanto amor eu te amo, e de que fonte Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo! Esta oculta paixão, que mal suspeitas, Que não vês, não supões, nem eu te revelo, Só pode no silêncio achar consolo, Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.

(Gonçalves Dias)

(…) Um espaço chique descomprometido (…)

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